Africanidades

Projeto de extensão dá origem a novo laboratório Africanidades na UFABC

Inauguração reuniu professores, alunos e representantes do poder público local e federal

A UFABC inaugurou o laboratório de ensino, pesquisa e extensão Africanidades no último mês. Compareceram docentes, discentes, representantes do Poder Público local e federal, além de professoras e membras da coletiva homônima. O novo espaço tem sede no 11º andar do Bloco B do Campus Santo André.

O projeto de extensão que originou o laboratório – também chamado de Africanidades – oferece formação continuada para professores e gestores da Educação Básica e Educação Infantil sobre relações étnico-raciais com ênfase na história, cultura e ciência negras. Criado em 2014 na Universidade Federal do ABC (UFABC), o Africanidades nasceu a partir das experiências do Projeto Batuclagem e do Grupo de Pesquisa em Educação em Direitos Humanos do Cnpq (EDH).

Suas abordagens incentivam práticas pedagógicas afrocentradas, como rodas circulares, cirandas, histórias e música, e realiza homenagens aos mestres griôs da comunidade educadora afro-brasileira. Ao todo, o curso formou 1300 alunos em oito edições.

“O grupo identificou, ao longo dos anos, uma demanda recorrente por parte de profissionais da educação por espaços formativos que unissem arte, pedagogia e narrativas decoloniais. Assim, o Africanidades foi sendo gestado como uma ferramenta de formação continuada, acolhimento e produção coletiva”, explicou a professora Ana Maria Dietrich, que coordena o laboratório em parceria com a Nathália Vaccani, especialista em tecnologias e administração.

projeto de extensao da origem a novo laboratorio africanidades foto 02

Visitas à inauguração

Autoridades públicas prestigiaram a inauguração do novo espaço. Estiveram por lá o chefe de gabinete do deputado federal Ivan Valente, Juliano Medeiros, e o vereador de Santo André Ricardo Alvarez, acompanhado de sua equipe: Rodrigo Pinto, Marcelo Aguirre e Pietro Iglezia.

“Além do lançamento do laboratório, houve uma roda de conversa sobre a importância de trabalhar com as infâncias no combate ao racismo estrutural por meio de formações continuadas de professor, de projetos de pesquisa, ensino e extensão e do reconhecimento aos mestres griôs, cuja ciência e conhecimento foram silenciados pela história oficial brasileira”, contou Dietrich.

De acordo com ela, a impressão da equipe parlamentar foi extremamente positiva. Eles destacaram o comprometimento da equipe, a qualidade das ações desenvolvidas e a importância de projetos como o Africanidades para a promoção de uma educação pública de qualidade e antirracista. Durante a reunião, foram debatidos temas como a política de permanência estudantil, o combate ao racismo estrutural nas infâncias e a ampliação do apoio institucional. Houve sinalização de interesse na continuidade da parceria, com possíveis novas emendas e ações conjuntas voltadas à educação e aos direitos humanos.

A presença deles marca também o acompanhamento da implantação da emenda parlamentar destinada ao projeto, viabilizada por meio da atuação do deputado Ivan Valente. A emenda, de acordo com Dietrich, só foi possível também devido à atuação do vereador Ricardo Alvarez.

Ivan Valente concedeu em 2022 uma emenda parlamentar para a realização de formações continuadas no período de dois anos, aparelhamento do laboratório, realização de publicações e documentários, além de podcasts de entrevista com lideranças negras da área da educação antirracista.

Ainda houve tempo para que Alvarez pudesse participar de reunião na Reitoria. Durante as tratativas, ele abordou a visita de parlamentares à Universidade: a possível vinda de Valente à UFABC, em atividade a ser promovida pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA), e de vereadores de Santo André ao campus e à unidade Tamanduathey, no dia 28 de maio, que já estava confirmada. Ele ainda tratou da parceria com a prefeitura envolvendo a área de esportes e sobre possíveis alternativas para encaminhar a doação do terreno do Moinho São Jorge à Universidade.

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Futuro do projeto

O projeto segue com novas ações previstas, como o fortalecimento da atuação em Santo André e a ampliação das estratégias formativas por meio da plataforma Moodle. Quatro novos bolsistas da UFABC, oriundos de diferentes cursos, se juntaram à equipe para colaborar com as atividades pedagógicas, produção de conteúdos, acompanhamento dos cursistas e articulação com os territórios nos projetos Africanidades e de Capoeira. “A atuação deles será fundamental para o desenvolvimento das ações locais e para garantir o suporte técnico e pedagógico aos participantes do curso e das demais atividades do laboratório”, disse Dietrich.

Os próximos passos incluem o aprofundamento de parcerias institucionais e concretização de atividades que já estão em andamento, a sistematização dos resultados parciais do projeto, a organização de novos encontros formativos e a produção de materiais de divulgação e reflexão. Na próxima semana, junto com a volta às aulas, também terá início o curso Capoeira Ancestral, que será gratuito para a comunidade. As inscrições estão abertas até o dia 1º de junho pelo link. Fortalecendo o protagonismo da Juventude da UFABC, os novos bolsistas vão contribuir com o fortalecimento da comunicação do projeto nas redes e na aproximação com escolas e comunidades envolvidas, ampliando o alcance e a efetividade das ações previstas.

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*Assessoria de Comunicação e Imprensa – UFABC.

 

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